terça-feira, 19 de abril de 2016

ULSTRA x CARLOS MARIGHELLA

  Um dia após a votação pela continuidade do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, a jornalista Miriam Leitão escreveu um artigo para o jornal O Globo onde pergunta: “A democracia tem mesmo que conviver com quem a ameaça, como o deputado Jair Bolsonaro?” (http://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/democracia-brasileira-e-ameacada-por-bolsonaro.html). E por que faz ela tal questionamento? Porque em seu voto, segundo o entendimento da jornalista, o deputado fez apologia à tortura ao elogiar um suposto torturador do regime militar, o falecido Coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra. Propõe, inclusive, a cassação de Bolsonaro por tal discurso.
                Sem entrar no mérito de se o referido oficial do Exército Brasileiro pode realmente ser classificado como torturador ou não e admitindo que tenha sido, é isso em si uma ameaça de Bolsonaro à democracia? Seu pronunciamento excita a que alguém torture alguém? Prega o deputado em seus discursos na Câmara Federal a tortura, o assassinato, o sequestro de brasileiros, a morte de opositores?
Se bem me recordo, um certo deputado baiano petista cujo nome agora me escapa, e me escapa apenas porque o considerei estúpido o bastante para ser esquecido, exaltou, também ao momento de seu voto, tal qual fez o deputado Jair Bolsonaro, um certo conhecido comunista morto pelo regime militar chamado Carlos Marighella, cuja vida é objeto de um livro de autoria de Mário Magalhães, jornalista da Folha de São Paulo, disponível na rede mundial de computadores para quem quiser apreciar melhor a memória desse considerado “herói” comunista.  À capa do referido volume e abaixo de seu nome o aposto “o guerrilheiro que incendiou o mundo” (http://lelivros.online/book/baixar-livro-marighella-mario-magalhaes-em-epub-mobi-e-pdf/).
                Considerado sedutor e valente, o homem era vigiado pela CIA e monitorado pela famigerada KGB. Chegou a ser deputado federal. Que fazia ele? Dedicava-se à guerra declarada pelo comunismo ao ocidente. Seu objetivo: implantar o comunismo em nosso país. Seria ele um Lee Harvey Oswald tupiniquim, sem lhe constar no currículo o assassinato de um presidente da república, mas há de ter matado pessoas menos importantes. Publicou livros, dentre eles o “Mini manual do Guerrilheiro Urbano” onde ensina técnicas de assalto a bancos, assassinatos, atos terroristas e por aí vai.
                Ora, Stéphane Courtois e colaboradores em seu “O Livro Negro do Comunismo” (http://lelivros.online/book/download-o-livro-negro-do-comunismo-stephane-courtois-epub-mobi-pdf/) ensina o resultado da obra comunista ao redor do globo e os motivos pelos quais até hoje seu ideário ainda encanta incautos, desavisados e ignorantes. Destoando do socialismo filosófico e teórico de Karl Marx e Friedrich Engels, o comunismo prático mostrou-se, onde foi efetivamente implantado, assassino sistemático e causador de miséria e dor. Assim, ao concluir a leitura de ambos, o leitor saberá que Carlos Marighella não havia de ser visto como o “herói” libertador assim como tantos outros como ele, equivocadamente, o foram. Era um agente a serviço de um ideário onde a matança de seres humanos simplesmente classificados como antipáticos ao regime era a regra de conduta. Fome, tortura, julgamentos sumários, eliminação de magistrados, professores, médicos e toda a elite cultural do país onde era implantado constituía e ainda constitui o modus operandi do regime comunista.
                Ora! Pela lógica da jornalista não estaria este senhor saído das lides do Partido dos Trabalhadores também incitando a violência e o crime? a guerra comunista contra nós que somos antipáticos ao regime que querem nos impor? Não estaria ele massageando o ego da “guerrilheira” Dilma Rousseff e conclamando seus asseclas e comparsas à luta armada em pleno estado de Direito numa democracia cujas instituições têm funcionado ainda que a muito custo?
                Peço, então, à senhora Miriam Leitão que reveja as imagens da votação e faça suas reflexões. Quanto ao Coronel Ulstra e o bandido Carlos Marighella, eis aí os inimigos em uma guerra feroz. Os heróis estão em lados opostos.  

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